INSÔNIA

Não conseguia dormir. O quarto era um silêncio sepulcral, mas o coração gritava. Gritava de saudade. Gritava pedindo para sair dali. A mente, em conjunto, trazia uma série de memórias, mostrando onde queria estar. Reivindicava por domingos de manhã, cama desarrumada e o corpo dele para se aninhar. Pedia pelo beijo, pelo cheiro, pelo olhar que não cansa, pelo abraço que protege. Pedia por ele.

MENINA-PERFEITA


Ela sempre soube que o modelo de menina-perfeita não tinha o seu número. Via as amigas em busca de serem lindas, descoladas, sempre tentando se encaixar no grupinho atual e negociando qual o próximo menino em que iam dar o bote. Enquanto isso, ela queria ser inteligente, queria melhorar seus desenhos e textos, jogar videogame e passar horas gravando fitas K7 com as seleções de músicas mais cuidadosamente selecionadas do mundo.

Ah, a música. Esse item, aliás, sempre teve uma participação especial na vida dela. Ela aprendeu a gostar de Bon Jovi e Alanis Morissette quando ainda era um cotoco, aos cincos anos de idade. Seguiu ouvindo The Cranberries, R.E.M e mais toda uma herança musical que vinha do pai, da mãe, dos tios, dos primos mais velhos. Tudo isso aprimorado com as coisas novas que o bom filtro do seu ouvido separava das rádios. Ela e o walkman eram inseparáveis e o banheiro presenciou os melhores covers da história!

SAUDADE

Sentir saudade de quem se ama é um bicho que consome. Que vai crescendo dentro do peito sem você perceber. Dia a dia ele toma espaço, se desenvolvendo conforme aumentam as milhas entre um coração e outro. Implanta lembranças e te faz reviver momentos em qualquer lugar, em que tudo o que você vive parece ter uma ligação com quem você queria estar. Até que você sente que esse sentimento já está presente em cada pedaço seu. Até que você ouve seu corpo inteiro gritar a falta que a outra pessoa faz.

 

Copyright © 2010 Rascunhos Pequenos | Blogger Templates by Splashy Templates | Free PSD Design by Amuki